quinta-feira, setembro 20, 2012


Ronaldo Werneck lança novo livro
em Bento Gonçalves e Porto Alegre

O poeta mineiro Ronaldo Werneck lança seu mais novo livro de poemas,
cataminas pomba & outros rios (Dobra Editorial, São Paulo, 2012),
 durante o Congresso Brasileiro de Poesia de Bento Gonçalves  (Livraria do
Maneco, dia 27 de setembro) e em Porto Alegre (Amnésia Bar, dia 04 de outubro). 
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“Ronaldo Werneck conseguiu manter-se simples, driblou as ênfases, mostrou-nos o pitoresco da cidade natal, sem explorar demais o pitoresco” – escrevia Manuel das Neves em 1977, no prefácio do livro pomba poema. “Deixando ‘as águas rolar’ com a segurança de quem sabe o que faz, de quem é bom barqueiro, de quem conhece o rio Pomba – que é como a trilha sonora do canto – sabendo parar o barco, descansar em lugares agradáveis e prosseguir com segurança, com firmes remadas, à cata de outras paragens, agradando ao leitor pelos segmentos coordenados de águas puras, águas potáveis”.
É “para Cataguases, seu rio, sua gente” – e a Manuel das Neves, in memoriam –, que o poeta Ronaldo Werneck dedica agora seu novo livro, cataminas pomba & outros rios (Dobra Editorial, São Paulo, 2012), que tem patrocínio da Lei Municipal Ascânio Lopes. Com uma série de novos poemas – que giram em torno de várias cidades e ao longo e no curso de vários rios, do Brasil e do exterior –, cataminas inclui também uma retomada do pomba poema, poema-livro lançado em 1977, por ocasião do centenário de Cataguases. Em 1999, outro livro do autor, minas em mim e o mar esse trem azul, incluía uma versão do pomba poema, só que no formato vertical.
Agora, com novas ilustrações – e mantendo o formato horizontal de sua primeira edição –, o poema-livro possibilita maior “diálogo visual” entre o corpo do texto, as muitas imagens nele inseridas e os brancos da página. Não só o “poema-livro” como todos os demais poemas do novo livro, que traz também um longo poema-levantamento da trajetória do Rio Pomba – poema pós-pomba poema –, da fonte à foz, seu curso, afluentes, cidades que atravessa.
Foi também acrescentada uma seção de abertura, formada por poemas em torno de Minas e Cataguases, sua gente-geografia, minas-mundo.  Cat´agua´ses. Cata dos veios d´água. Cata das minas, da prata das palavras. Cataminas. Na terceira seção, o foco do livro volta-se para o exterior – rios-cidades-poemas percorridos pelo poeta na Europa, na África, na América Latina. Por trás de toda a trama, o velho Pomba e seu lento rumar: nuvens de palavras, manchas esparsas que flutuam sobre o branco, contrastando em caudal com a lenta cadência do rio, seu mágico mover imóvel.

Minas, a imperturbável

“Sua poesia, que nos suga e seduz, é a da palavra, posta a serviço da própria palavra, recriando uma outra – sua metamorfose. O código decifrador é a lírica memória, a densa memória de Cataguases, com sua gente, seus trastes, suas coisas doidas e divinas, a infância, esta terrível e estonteante amiga, as montanhas de Minas, a que ‘está aqui, imperturbável’, os rios que nascem do Pomba”.
São palavras da poeta e ensaísta Lina Tâmega Peixoto na contracapa de cataminas pomba & outros rios. A mesma Lina que escreve no posfácio do livro: Ronaldo Werneck mexe nas palavras como se elas estivessem adormecidas num balaio do mundo. Uma poesia que se espalha na página como esteios de uma fascinante arquitetura. A capacidade do poeta em jogar palavras e frases para criar o prazer de um sentimento estético, se assemelha ao lançar sementes no infinito”.
Diz Joaquim Branco: “De Rio da Pomba, ele, Rio Pomba se chamou, e a contração perdeu-se no poema. O poeta se aventura nesta saga de arte-vida, de outros risos-mares e de mares-riachos, segredo que conhece muito bem. Com verbo fino, raro, diz, re-diz, mira, desvenda ou veda na espuma de um tempo nunca dantes velejado. Fotos, arte, voz, meandros resultam na paisagem inflada a cada take planejado: foto/cine/drama da cidade-mundo que o poeta ama”.
Rediz Francisco Marcelo Cabral: “Para quem o observa da margem, a lâmina corrente do rio é a imagem concreta do tempo. O Rio Pomba estava lá desde antes dos primeiros fogos civilizatórios, e vai estar lá quando não sobrar nem memória nossa. Por isso é o nexo, o fio de ligação entre tudo o que acontece nas suas margens e, às vezes, em suas águas. O Nino Rota dessa Rimini-Cataguases do Ronaldo Werneck foi o Maestro Rogério Teixeira, cujos dobrados – ouve-se ainda – atravessavam os domingos e as ruas, povoando-os de desfiles, festas e circos.”
Segundo o crítico Fábio Lucas, “entra-se no Pomba Poema como quem ingressa num sonho, puxado por um rio sem foz.  É que o poeta implanta na consciência do leitor um simultaneismo de lembranças e emoções em que a camada confessional se apresenta como um jogo. Os Outros Rios são primos-irmãos do mesmo Rio Pomba. É que a paisagem da Europa e as diferentes faces da viagem do poeta representam a mesma busca. Ou, talvez, a mesma volta: voltas às raízes, fincadas em Minas. Onde quer que tenha estado o poeta, corria no seu íntimo o rio de Minas”.

Bento Gonçalves: 27 de setembro, a partir de 11 da manhã
Livraria do Maneco/ Rua Ramiro Barcelos, 238 bento@maneco.com.br
Porto Alegre: 04 de outubro, a partir de 20 horas
Amnésia Bar/Rua João Alfredo, 669 – Cidade Baixa contato@amnesiabarpoa.com.br

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