Ademir Bacca, Marina Colasanti, Marcio Borges, Affonso Romano e Colmar Duarte
Desde o dia três de outubro, data da abertura oficial do XIX Congresso Brasileiro de Poesia, a cidade serrana de Bento Gonçalves passou a ser residência da poesia brasileira contemporânea. Palestras, encontros, debates, lançamentos, transformaram a cidade num laboratório para o qual estão voltadas as atenções de quantos neste sul da América labutam nesse campo da literatura.
Além do homenageado desta edição, Afonso Romano de Santana, um dos expoentes da poesia brasileira, estiveram presentes e atuantes, poetas do Pará, Pernambuco, Amazonas, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, assim como convidados de outros países, como: Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Durante uma semana o saguão do Hotel Vinocap foi a central da comunicação, do intercâmbio e da confraternização da poesia de todas as partes.
Uma experiência inusitada para quem vive em uma cidade que pouco se importa com isso. Uma cidade que, apesar de ser o berço de escritores e poetas reconhecidos e prestigiados fora de seus muros, faz um arremedo de Feira do Livro; tem uma única livraria, mantida viva graças ao esforço do abnegado amigo Gilberto; deixa de receber, do Estado e da Federação, verbas significativas para a cultura, simplesmente porque não tem um Conselho de Cultura; deixa morrer a Califórnia da Canção Nativa, há quarenta anos a maior e mais importante manifestação da música do Rio Grande, mata um Festival Temático, que despertava na consciência dos uruguaianenses a importância do rio Uruguai, para começar do zero um festival, como outros tantos, destinado a morrer na próxima mudança de governo.
Parabéns ao povo de Bento Gonçalves, capital brasileira da uva e do vinho, que respira cultura, valoriza a arte e trabalha constantemente por isso. Não é sem razão que foi recentemente anunciado como o município gaúcho que mais investe em educação.
Esse mesmo município, que mais investe em educação, está em segundo lugar na relação dos que têm a Câmara de Vereadores mais transparente do estado. Certamente isso não é uma questão de sorte. Por trás desses números existem pessoas inteligentes e preocupadas com muito mais que o pão e o circo. Quem pensa que investir na cultura não dá voto, está redondamente enganado.
Ainda extasiado pelo que aconteceu neste Congresso, confesso aqui minha admiração e meu carinho por essa gente que faz de seus vinhedos e de seus vinhos e da celebração da arte, motivo de orgulho. Acabara de realizar a Terceira Semana da Música, quando deu início ao Congresso Brasileiro de Poesia. Na despedida cruzamos pelos que chegam para o Bento em Dança, um festival de balé nacional.
Aliás, Bento Gonçalves acaba de fundar seu Sistema Municipal de Cultura, do qual fazem parte a Secretaria de Cultura, o Conselho de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura. Dessa forma está credenciado a fazer convênios com o Ministério da Cultura, com recursos enormes para essa área.
Agradeço a Ademir Antônio Bacca, desde 2007, membro do Circulo Universal dos Embaixadores da Paz, de Genebra, coordenador desse Congresso, pelo convite que me deu a oportunidade conviver com os grandes nomes da nossa poesia. Acho que Pasargada é aqui. Se não for, aqui sou amigo do rei.
(Artigo publicado por Colmar Duarte no Jornal Momento, da cidade de Uruguaiana/RS)
Veja no Youtube o filme de Jiddu Saldanha sobre Colmar Duarte:
Parabéns,Colmar!
ResponderExcluirdisse tudo...
Conhecer Colmar Duarte foi um dos pontos fortes do Congresso.
Valeu!
Registramos nossa admiração pelo poeta Colmar Duarte e reiteramos nossos agradecimentos ao Congresso Brasileiro de Poesia. Parabéns ao Bacca e todos que também coordenam!
ResponderExcluir